Se eu te encontrar num desses
acasos
que a vida, caprichosa, faz
acontecer,
não fugirei de mim.
Firme como um cedro do Líbano
enraizado
em águas caudalosas,
uma vez mais, vou te olhar.
Sei que verei estrelas se
acendendo em teus olhos,
a lua gotejando poemas,
o sol aquecendo o frio do
corpo,
canções cifradas de diademas,
o amor − feliz − cicatrizado
nas cinzas do fogo.
Naquele instante, saberei que
tudo é mesmo impermanente.
Fragmentos de desejos.
Que tudo foi um estar
ausente,
uma presença fugidia,
um alcançar inatingível.
Que tudo foi tão breve, mas
bonito.
Porque naquela duradoura
brevidade,
houve lampejos do infinito.