Tarde de
inverno, livro
aberto
a cerzir
claridades.
Letras de
ouro bordam árvores
e aves despovoadas
de idades
voam.
O tempo é
endereço de luzes,
o sol,
assinatura de recomeços.
Avistei-me
com velhos amigos
na rua.
Conversamos
os rumos da vida,
nos
confessamos ainda despreparados
para o puro-conhecimento-
amplidão.
De tudo.
Do mundo.
Do agora.
Do após.
Do sério
e do lúdico.
Tarde
banhada em ouro,
menina lúcida
de seus diamantes:
os instantes
cravejados
de suturas.
Cada ponto,
a desenvoltura
do perdão
lutando por
desatar todos os nós
em nós.
Tarde de
inverno, livro
fechando-se
a rutilar
intimidades...
E abrigos.
Em mim
e nos velhos
amigos!