sexta-feira, 22 de setembro de 2017

FOI BONITO




Se eu te encontrar num desses acasos
que a vida, caprichosa, faz acontecer,
não fugirei de mim.
Firme como um cedro do Líbano enraizado
em águas caudalosas,
uma vez mais, vou te olhar.

Sei que verei estrelas se acendendo em teus olhos,
a lua gotejando poemas,
o sol aquecendo o frio do corpo,
canções cifradas de diademas,
o amor − feliz − cicatrizado nas cinzas do fogo.

Naquele instante, saberei que tudo é mesmo impermanente.
Fragmentos de desejos.
Que tudo foi um estar ausente,
uma presença fugidia,
um alcançar inatingível.

Que tudo foi tão breve, mas bonito.
Porque naquela duradoura brevidade,

houve lampejos do infinito.

Nenhum comentário:

Postar um comentário