quinta-feira, 22 de junho de 2017

VELHOS AMIGOS NA TARDE DE INVERNO




Tarde de inverno, livro
aberto
a cerzir claridades.
Letras de ouro bordam árvores
e aves despovoadas de idades
voam.
O tempo é endereço de luzes,
o sol, assinatura de recomeços.

Avistei-me com velhos amigos
na rua.
Conversamos os rumos da vida,
nos confessamos ainda despreparados
para o puro-conhecimento- amplidão.

De tudo.

Do mundo.
Do agora.
Do após.

Do sério
e do lúdico.

Tarde banhada em ouro,
menina lúcida de seus diamantes:
os instantes
cravejados de suturas.
Cada ponto, a desenvoltura
do perdão
lutando por desatar todos os nós
em nós.

Tarde de inverno, livro
fechando-se
a rutilar intimidades...
E abrigos.

Em mim
e nos velhos amigos!



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