quarta-feira, 15 de novembro de 2017

CONFLUÊNCIAS




Um pedaço de sol
rolou por entre meus dedos cortados
do verde das árvores voantes pelo chão
de algodão
na aspereza de caminhos empapados de suor
molemente escorridos
pelas fendas da vida que eu supus
ser
o dia do juízo final do bom senso pendurado no peito
suspenso
entre dois pregos pegos de surpresa
ante a impossibilidade da noite
acordar
de sua letárgica alegria adversária das planícies
as mais inexistentes dentro do caos perfeito da ordem
e do progresso
de um cenário encharcado de sons
inaudíveis
amplexo abrangente da última agonia de um palhaço
errante
pelos picadeiros da ostra arrancada da pérola
vesga de paz nos lamentos risonhos
de mares envolvidos de ventos um pedaço de sol
rolou por entre meus dedos
amassados
de tempo e o que vi não tem voz
e o que ouvi não tem imagens só as margens
se abrindo para um rio que não tem águas a fonte
secando roupas de gente vestida de oceanos
tsunamis
tufões 
vulcões ingerindo ossos frutos
a sabor de carne nascidos de um pedaço de sol por entre meus dedos
adormecidos


.......e só

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