A carne é fraca é franca é
folia
é fúria é frágil
ágil quando escama.
A carne age − desprotegida−
despudorada
quando clama e é amada.
Não retém memórias, só
lembranças
de prazeres e de glórias.
A carne é alfa é ômega é beta
terna quando chama.
A carne tem fome, tem sede,
tem dramas,
vertigens porque ama.
A carne tem charme, abriga
insinuante coração,
um olhar que conquista
e a chave que libera a
emoção.
A carne − da medula aos poros
− é respiração,
é ternura itinerante que
aquece a pele
e o frio do mais frio dos
ossos.
A carne despida é pura
vibração, carmesim,
é energia do princípio ao
sim.
A carne é mistério, é luta,
alimenta e nutre.
Não é podre: a roupagem com
que a cobrimos
é que a transmuda em repasto
de abutres.
A carne é sensível,
sensitiva,
expõe as supérfluas
linguagens
os necessários silêncios
decodifica segredos.
A carne , receptáculo e
entrega...
o fruto saboroso – permitido
− a todos
que são puros e sonham
sem medos.
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