terça-feira, 11 de julho de 2017

CALMARIA





Não tenho pressa de mergulhar meus olhos
nas funduras perfumadas do teu ser.
Satisfaço-me, por ora, em degustar tua lembrança
na memória acesa do meu querer.

Deixo-me percorrer pelo avesso do teu olhar,
que não sei por onde anda mas sinaliza brilho de noites
salpicadas de luar.

Não tenho pressa de entrelaçar minhas mãos
às linhas bordadas em ouro do teu ser.
Sacio-me, por agora, com o toque em chamas dos teus dedos
tatuado nas fagulhas serenas do meu desejo a arder.

Não tenho pressa de saber-me desenhada na tela em branco
do teu ser, iluminada e feliz, 
mesmo que pelo espaço de um triz.

Nem tenho medo.
De um dia reconhecer-me a outra
bem no fundo oceânico 
de ti.

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