terça-feira, 11 de julho de 2017

PÉROLA




Jamais alguém me disse que tu existes
que tens uma face
um sorriso
uma saudade.
Mas eu te sei.
Especial como uma valsa de Strauss

− que penetra o céu
e faz dos anjos
dançarinos do amor.

Jamais alguém me disse que tu vives
que tens uma voz
um sentimento
uma verdade.
Mas eu te sinto.
Requintado como uma chuva de prata

− que se entrega ao mar
e faz dos peixes
dançarinos do amor.

Jamais alguém me disse que tu respiras
que tens um coração
uma esperança
uma vontade.
Mas eu te tenho.
Lapidado como um diamante de luz

− que clareia o imenso espaço
e faz dos astros
dançarinos do amor.

Jamais alguém me disse que tu és
que  tens um corpo
uma alma
uma identidade.
Mas eu te sou.
Caudaloso como uma cascata de sangue

− que incendeia as entranhas
e faz das artérias
dançarinas do amor.

Jamais alguém me disse que estás em algum lugar
sem qualquer pudor.
Que tens alcance.
Mas eu te possuo. E tu me bastas.

Real como um sopro de vida tu deslizas em meu fôlego
e harmoniza todos os meus passos
na dança sacra do Afeto que nunca passa...


Porque em tempo algum esse fogo se apaga!

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